A engenharia política do prefeito Jackson Alvino atingiu em cheio a base parlamentar da Câmara Municipal ao aniquilar o chamado “G10”, grupo de vereadores que se apresentava como independente e com potencial de articulação própria. O que antes era visto como um bloco coeso e influente, hoje não passa de ruínas políticas, apelidado por muitos nos bastidores de “G Menos” ou, simplesmente, “quase nada”.
O movimento estratégico de Jackson teve dois alvos claros: neutralizar o presidente da Câmara, vereador Epitácio Vitorino, e inviabilizar a ascensão da vereadora Cleidinha à presidência da Casa. Vitorino, que construiu uma imagem de independência e seriedade administrativa, vê-se agora “engessado” em sua gestão, diante da pressão de aliados do Executivo que passaram a ocupar espaços estratégicos na estrutura da Casa, muitos deles indicados por vereadores anteriormente ligados ao G10.
O desmonte do grupo ocorreu, segundo fontes ligadas ao Legislativo, por meio de cooptação direta: alguns vereadores abandonaram sua postura crítica ao governo após receberem cargos na Prefeitura exclusivamente para familiares e apadrinhados políticos. Em casos que causam indignação nos corredores do poder, houve quem aceitasse, vergonhosamente, até quatro ou cinco empregos para parentes, como condição para se aliar ao Executivo.
Nesse processo, Cleidinha, que era tida como candidata natural à presidência da Câmara, ficou politicamente isolada e sem qualquer garantia de viabilidade. O desmantelamento do G10 minou qualquer chance de uma eleição equilibrada e democrática dentro do Legislativo, entregando, de forma velada, o controle da Casa ao Executivo.
Epitácio Vitorino, Cleidinha e o vereador Alisson Gomes seguem como vozes solitárias, em meio a um cenário onde a independência dos poderes foi sacrificada por acordos espúrios. A população, por sua vez, observa com preocupação o uso descarado da máquina pública como ferramenta de dominação e cooptação política.
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